Esse manifesto, contido na página Porque, revelava o que eu pretendia fazer aqui. Acho que mandei razoavelmente bem por enquanto. De tudo o que prometi, porém, o que acabei fazendo menos por motivos vários foi escrever sobre vinhos. Então dedico o último post do ano a esse tema, mesmo porque surgiu uma excepcional oportunidade: cinco amigos, cinco garrafas muito especiais, e - mais importante - um momento de celebração.
Abrimos os trabalhos com um Chateau Certan 1983. Garrafa judiada, mostrava que tinha passado ao longo da vida por perrengues similares aos que o grupo passou durante o ano. Se mostrou, entretanto, um sobrevivente, elegante e complexo como um bom Bordeaux deve ser. Evoluiu muito rapidamente no copo, rápido demais até: após alguns minutos grande parte do caráter desapareceu. Mas até esse momento, surpreendeu.
Em seguida, um camarada um ano mais velho, porém mais bem cuidado: Chateau La Lagune 1982. Elegante, estruturado, bacana. Belo vinho.
Para fechar os tintos, o mais potente deles: do meste Bruno Giacosa, um Barbaresco 2000. Falar o quê? Espetacular...
Vieram então os dois de sobremesa, nenhum deles óbvio. Primeiro uma verdadeira peça de museu: Le Haut-Lieu 1959. 51 anos transformaram esse Vouvray doce em algo diferente; certamente muito além de seu pico, um vinho cuja raridade por si só justifica bebê-lo com reverência.
E, para fechar a noite, o caçula: de Jurançon, na fronteira entre a França e Espanha, o Bellauc La Divine 2007. Frutas tropicais por todos os lados, vinho alegre, como convém a uma boa comemoração.
É isso, amigos. Fechamos o ano por aqui. Espero que tenham se divertido lendo, tanto quanto eu me diverti escrevendo. Em 2011 tem mais!!!!!!!!!!!!!
Um espetacular Ano Novo a todos; "que tudo se realize no ano que vai nascer".
Fui.
PS: Na verdade, ainda abrimos duas garrafas antes da virada do ano: uma Gosset Grande Réserve, e uma Moet Dom Perignon 1992. Formidable!
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